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sábado, 25 de abril de 2009

Ministro Joaquim Barbosa é elogiado no Rio após briga


O ministro Joaquim Barbosa passou na última sexta-feira por um teste da popularidade após ter protagonizado, no STF (Supremo Tribunal Federal), um bate-boca com o presidente da Corte, ministro Gilmar Mendes, na quarta-feira.

Ao almoçar no Rio de Janeiro com três amigos e, depois, caminhar pelas ruas da cidade no início da tarde, Barbosa foi reconhecido e muito cumprimentado por cidadãos anônimos. Procurado pela reportagem por telefone, o ministro desconversou sobre a reação do público: "Não tem nada disso não, deixa para lá."

Quem estava no centenário Bar Luiz, na Rua da Carioca, viu Barbosa ser cumprimentado por diversas pessoas que almoçavam no restaurante. Em pelo menos duas mesas que estavam no caminho por onde ele passou para sair do local, o ministro foi obrigado a parar para ouvir cumprimentos como "Parabéns, ministro".

Os elogios se repetiram no trajeto que ele fez do restaurante à Avenida Rio Branco - cerca de dois quarteirões - onde entrou no carro oficial. Ele chegou a ser parado por populares e foi até fotografado com celulares. À tarde, esteve com colegas da Procuradoria da República. Um deles garantiu que ele "está bem, feliz e sem nenhum arrependimento".

domingo, 19 de abril de 2009

Quanto Custa um ex-Presidente??





Quanto custa um ex-presidente da República?
Com oito assessores, dois veículos oficiais e vencimentos de R$ 11 mil, os quatro ex-presidentes vivos custam R$ 3 milhões aos cofres públicos.

O mandato pode até se estender por oito anos, em caso de reeleição, mas as benesses alcançadas por quem chega ao Palácio do Planalto impulsionado pelas urnas acompanham o eleito pelo restante de sua vida. Com direito a oito assessores e dois carros de luxo cada e um vencimento mensal na casa dos R$ 11 mil, os quatro ex-presidentes brasileiros ainda vivos custam aos cofres públicos cerca de R$ 3 milhões por ano.

De acordo com estimativa feita pelo Congresso em Foco, cada um deles consome, por ano, cerca de R$ 768 mil em assessoramento, segurança e transportes pagos com dinheiro público.

O valor seria suficiente, por exemplo, para bancar pelo menos 1.489 famílias atendidas pelo principal programa social do governo Lula, o Bolsa Família, ao longo de 12 meses.

A comparação leva em conta o valor máximo distribuído hoje pelo governo federal a famílias de renda per capita mensal inferior a R$ 120 que mantêm até três crianças e dois adolescentes na escola. Nesse caso, os beneficiários podem sacar o máximo de R$ 172 ao mês. O benefício básico, porém, é de R$ 58. Com o valor que custeia os quatro ex-presidentes seria possível distribuir a bolsa a 4.414 famílias que recebem a quantia mínima ao longo de um ano.

Decreto

Em janeiro de 2011, quando terminar o mandato do presidente Lula, o gasto anual com os ex-presidentes subirá dos atuais R$ 3.072.302,08 para R$ 3.840.377,60. No último dia 28, Lula assinou um decreto (6381/08) que reforça a legislação que ampara o auxílio aos ex-inquilinos do Planalto.

De acordo com a Casa Civil, o governo apenas regulamentou, com redação mais clara, a Lei 10.609, de 2002, que alterou a Lei 7.474, de 1986. Em seu último ano de mandato, Fernando Henrique aumentou de seis para oito o número de cargos disponíveis para os ex-presidentes. A ampliação foi confirmada no decreto assinado por Lula.

Os dois novos cargos comissionados são do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS de nível 5) no valor de R$ 8.400,00. Além desses comissionados, os ex-presidentes dispõem de dois funcionários DAS-1 (com remuneração de R$ 1.977,31 cada), dois DAS-2 (R$ 2.518,42) e dois DAS-4 (R$ 6.396,04).

Auxílio

Além dos oito servidores, cada ex-presidente tem direito a dois carros oficiais. O Congresso em Foco calculou em R$ 5.900 o custo mínimo mensal com os dois veículos Ômega CD, avaliados no mercado em R$ 147 mil. Além do combustível e da manutenção, na estimativa também foi levada em conta a depreciação do valor do carro no período.

Atualmente, segundo a Casa Civil, apenas o ex-presidente e senador José Sarney (PMDB-AP) não está com todos os cargos a que tem direito preenchidos. No momento, há um DAS 4 vago na cota do peemedebista. Já Itamar Franco, FHC e o senador Fernando Collor (PTB-AL) mantêm preenchidos os oitos cargos. Apesar da estrutura e do carro oficial do Senado, Sarney e Collor não perdem o direito garantido por lei aos ex-presidentes.

A reportagem procurou as assessorias dos dois parlamentares, mas elas não retornaram os recados deixados. Por meio de sua assessoria, Fernando Henrique contestou a informação da Casa Civil, alegando que não aumento de seis para oito o número de funcionários à disposição dos ex-presidentes.

"Os cargos sempre foram oito (dois motoristas, dois seguranças e quatro assessores). O que mudou foi o nível hierárquico de dois dos assessores, que passaram a ser DAS 5, com o propósito de que o atendimento aos ex-presidentes (não só Fernando Henrique) pudesse ser feito por profissionais mais bem qualificados", informaram os auxiliares do tucano.

Mas a legislação registra que, em 2002, uma medida provisória de FHC, convertida na Lei 10.609/02, aumentou, sim, o número de funcionários. Eles passaram de seis para oito, sendo dois com salário de DAS 5.

Exagero

Os gastos revelados pelo Congresso em Foco com os ex-presidentes surpreenderam os parlamentares. O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF) acredita que o aumento no número de funcionários à disposição dos ex-presidentes é um exagero.

"Eu fico até perplexo com esse excesso. Em qualquer lugar do mundo R$ 1 milhão é muito dinheiro. Não dá para entender esse aumento de cargos", avalia o deputado do PPS.

“Não, não é nada razoável [o aumento]. Eu não vi nenhum ex-presidente reclamando do seu corpo de assessores. Nunca vi de nenhum deles, do Itamar Franco, do Sarney nem do Fernando Henrique, nenhuma queixa contra isso, o que me leva a crer que o número atual de assessores é suficiente, para que eles mantenham um escritório com dignidade, como eu acho correto”, reclama o senador Jefferson Péres (PDT-AM).

O senador do PDT defende que os ex-presidentes tenham condições de manter um escritório com “dignidade”, mas considera excessivo o número de auxiliares bancados pelos cofres públicos. “É mais um gasto público desnecessário”, avalia.

Pela instituição

O líder do PT na Câmara, Maurício Rands (PT-PE), disse que o presidente Lula não beneficiou a si mesmo, mas procurou “estrutura melhor” as instituições do país ao referendar a lei assinada por Fernando Henrique. “A Presidência da República é uma instituição, independentemente do atual presidente e do presidente anterior. Mesmo os ex-presidentes precisam ter uma estrutura de segurança, uma estrutura que permita que eles opinem”, declarou.

Rands ressalta que é necessário ainda oferecer uma estrutura para o ex-presidente expor suas idéias, a exemplo do que ocorre em países onde se chega a dar o cargo de senador vitalício aos ex-mandatários.

“É preciso que o Brasil também aproveite melhor a experiência e a legitimidade dos ex-presidentes, dos atuais e dos ex-presidentes. [Lula] está estruturando mais a possibilidade de atuação dos ex-presidentes,” avalia o líder do PT. “É a instituição Presidência da República que está sendo fortalecida. É evidente e natural que haja algum custo.”

Vice-líder do governo no Congresso, o deputado João Leão (PP-BA) considera “razoável” o valor das despesas. “O cara é ex-presidente da República, rapaz. O presidente da República passou aí quatro anos, oito anos, dando tudo de si ao país. Não é possível que o próprio país não tome conta dele.”





segunda-feira, 30 de março de 2009

MILITARES CULPAM BRIZOLA PELA VIOLÊNCIA


O GLOBO, 30/03/09


BRASÍLIA - O crescimento de facções criminosas nos presídios e as obras de urbanização em favelas foram alvo de duras críticas nos relatórios de arapongas que espionaram o primeiro governo Leonel Brizola, a mando da ditadura militar. Os arquivos do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) registram ataques às políticas de habitação e segurança pública implantadas pela gestão pedetista no estado, entre 1983 e 1986. Nos documentos, Brizola é atacado por ter, na visão dos militares, afrouxado o combate ao crime em nome do discurso de respeito aos direitos humanos. É o que mostra a reportagem de Bernardo Mello Franco, publicada na edição do GLOBO de segunda-feira.

Os papéis deixam claro que a linha dura do regime, que comandava o órgão de espionagem no período, reprovava a orientação de Brizola para que a polícia evitasse tiroteios nas favelas. Não há nos documentos qualquer referência ao tráfico de drogas.

O mesmo informe, que chegou às mãos do então presidente João Figueiredo, relata o aumento do poder das facções criminosas nas cadeias do estado. Os espiões atribuem conflitos nos presídios à "luta entre grupos, denominados falanges Vermelha e Jacaré, já sendo admitida a existência de mais um grupo, o Terceiro Comando".

SNI vigiava 'subversivos' do governo

Uma centena de militantes de esquerda, com cargos, eram seguidos após Anistia

Além de monitorar os passos de Leonel Brizola no poder, o Serviço Nacional de Informações (SNI) manteve sob vigilância cerrada mais de uma centena de políticos e militantes de esquerda nomeados em sua gestão. Documentos secretos sobre o primeiro governo pedetista revelam que, mesmo após a Lei da Anistia e a volta dos exilados, os militares continuaram a perseguir remanescentes de organizações clandestinas de combate à ditadura.

Com a colaboração de órgãos de inteligência das Forças Armadas, os arapongas produziram e enviaram a Brasília pelo menos 15 dossiês sobre opositores do regime recrutados para a administração estadual. Segundo a contabilidade do SNI, Brizola nomeou, nos primeiros nove meses de mandato, 145 ex-integrantes de siglas como o antigo Partido Comunista Brasileiro (PCB), a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e a Ação Libertadora Nacional (ALN). De assessores de secretarias ao vice-governador Darcy Ribeiro, ninguém era poupado do pente fino dos espiões.